12.9.10

Tema: Vidas (história do javali enraivecido)



















Ilídio Patrício a" pensar no javali"


“ Javali enraivecido”

Eu sou o Ilídio Patrício,
Uma história vou contar.
Ia caindo ao precipício…
Ainda me estou a lembrar.

Foi uma “cena” ousada,
Perigosa, mas verdadeira.
Ela tem que ser lembrada,
Para a diáspora mozeira.

Tinha chegado de Lisboa,
E fui dormir à “Lameira”.
Mas tinha uma “grande broa”,
Saiu-me cara a brincadeira!!!

A “Costa” ia descendo,
Conduzindo o meu gipão.
Mas quase ia morrendo…
Ver javalis em contramão.

Arremessei a viatura,
Directo aos javardos.
Foi sol de pouca dura,
Fugiram que nem dardos.

Um animal ficou ferido,
Foi grande a confusão.
Grunhido mais grunhido,
Atirei-me logo ao chão.

Como não tinha lanterna,
Agarrei-me logo ao animal.
Deu-me um golpe na perna,
Fiquei muito ferido e mal.

Enchi-me de força e fúria,
Coragem e muita sensatez.
O bicho deixou-me na penúria,
Mas que grande malvadez.

Vi a " vidinha" por um fio,
Junto da agreste picosa.
Mas revi-a de fio a pavio,
Pensando na minha esposa.

Atei a corda ao animal,
No fundo do taipal.
Ai quanto eu me ri!!!
Agarrado ao javali…

O facto era verdadeiro,
Se o desse a conhecer.
Mas como sou matreiro,
Fui a Mós ao amanhecer.

Dediquei aos mozeiros,
O meu grande troféu.
Foram todos porreiros,
Fizemos um grande pitéu.

Nunca mais vou esquecer,
Este meu tão grande feito.
Mas não quero enaltecer,
Aquilo que não é perfeito.

OBS: estes versos foram dedicados ao meu amigo e conterrâneo Ilídio Patrício, pela história verdadeira por que passou e que nunca mais esquecerá.

Almocreve: Setembro de 2010

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