Versos dedicados à Cigadonha
Numa manhã linda e quente de verão,
Fomos fazer a rota da Cigadonha.
Trajados a rigor e de cajados na mão,
Vimos que esta era bela e medonha.
Éramos nós, o Gaspar e a mulher,
Calcorreando caminhos ancestrais
Que inicia na pedra da Laje e vai ter
Ao Castelo, e volta a Carviçais.
Calçada percorrida por moleiros,
Carros de bois, gados e pastores.
Almocreves, bruxas e curandeiros,
Ferreiros, jornaleiros e mercadores.
Grandes pedras de granito se erguem,
Do ribeiro até ao velho e antigo castelo.
Donde gravuras esculpidas emergem,
Dando sinais da forja e do martelo.
A seguir ao verdejante ribeiro,
Situa-se o castelo em ruínas.
Onde bem lá no alto, no outeiro,
Se trabalhava o ferro em oficinas.
A palavra cigadonha, vem de cegonha,
De cor preta, linda ave de arribação.
Antigamente nidificando nesta zona,
Hoje para nós, só fica a recordação.
Ps: A Cigadonha é uma zona que pertence à aldeia de Carviçais, concelho de Torre de Moncorvo, nordeste transmontano, onde em tempos remotos havia um castelo e se trabalhava o ferro e onde passava uma via romana importante de acesso ao mesmo.
Almocreve, 18-07-07
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