26.8.10

Tema; Passeio a Sintra

Palácio da Pena


PASSEIO AO LUAR (Sintra)



Numa noite de lua cheia,

Fomos a um passeio a Sintra.

Levámos uma grande tareia,

Mas a vila é bela e distinta.



Vila de reis, princesas e aristocratas,

Vila de mouros, plebeus e escritores.

De rainhas, baronesas e autodidactas,

Mas também de amores e desamores.



Vila de palacetes e brasões,

De Ortigão, Cristino Silva e Eça.

E segundo Luís Vaz de Camões,

A terra acaba e o mar começa.



Vielas estreitas, com grandes quintas,

Como a “Mui Nobre Regaleira”.

Com árvores dantescas e ancestrais,

Duma grandeza, “de que maneira”.



Palácio da Pena, Sintra ou Seteais,

Castelo dos Mouros, ou Colares.

São sítios de magia, mistério e mais,

De muitos cultos e sabores seculares.



Foi vila do grande Ferreira de Castro,

Donde parte dos Maias foram escritos.

Mas nesses lugares estão inscritos,

Grande parte do seu rico cadastro.



De arquitectura Neo-Manuelina,

Marca a história do Revivalismo.

E D. Fernando de forma palatina,

Fez da vila a sede do Romantismo.



Almocreve, 30-07-07




20.8.10

VIDAS: O MEU PRIMEIRO DIA DE ESCOLA

RIBEIRA DE MÓS

QUINTA DOS MEUS PAIS



O PRIMEIRO DIA DE ESCOLA


NOS SAUDOSOS ANOS SESSENTA,
VIVIA NA QUINTA DOS MEUS PAIS.
AQUI AFIRMO, E QUE REPRESENTA,
VIVER MUITO LONGE DOS “ MAIS”.

MORAR AFASTADO E ISOLADO,
SER QUINTEIRO, SEM AMIGOS.
MAS É BOM ME TER LEMBRADO,
DAQUELES TEMPOS ANTIGOS.

NUNCA MAIS ME ESQUEÇO,
DO DIA QUE FUI À ESCOLA.
FOI O PRIMEIRO DO COMEÇO,
PEGANDO NA MINHA SACOLA.

COM O GELO QUE ESTAVA,
A MULA ESCORREGOU,
EU RIA E CANTARULAVA,
ELA QUASE SE ESTATELOU.

AO PASSAR NO RIBEIRO,
O ANIMAL ESPANTOU-SE.
AGARREI-ME AO TRASEIRO,
E O ALFORGE REVIROU-SE.

VIREI-ME LOGO PARA TRÁS,
NERVOSO E CHATEADO.
POIS EU AINDA ERA RAPAZ,
IA MESMO CONTRARIADO.

AO CHEGAR À CASA NOVA,
A MINHA MÃE BATEU-ME.
LEVEI UMA GRANDE SOVA
CHOREI BASTANTE, DOEU-ME.

LÁ TIVE QUE IR Á ESCOLA, SÓS,
MONTADO NO MANSO ANIMAL.
MAS QUANDO CHEGUEI A MÓS,
PRENDI-O LOGO NO CURRAL.

MAS QUANTO ERA DIFÍCIL,
A VIDA DE ANTIGAMENTE.
HOJE SERIA INADMISSÍVEL,
NADA DISTO SAI DA MENTE.


PS: DA QUINTA DOS MEUS PAIS ATÉ MÓS SÃO CERCA DE DEZ QUILÓMETROS COM MAIS OU MENOS UMA HORA E MEIA DE PERCURSO.



ALMOCREVE, 05-05-07

17.8.10

Tema: Caminhada à Cigadonha










Fotos da zona envolvente ao antigo castelo da Cigadonha


Versos dedicados à Cigadonha


Numa manhã linda e quente de verão,

Fomos fazer a rota da Cigadonha.

Trajados a rigor e de cajados na mão,

Vimos que esta era bela e medonha.


Éramos nós, o Gaspar e a mulher,

Calcorreando caminhos ancestrais

Que inicia na pedra da Laje e vai ter

Ao Castelo, e volta a Carviçais.


Calçada percorrida por moleiros,

Carros de bois, gados e pastores.

Almocreves, bruxas e curandeiros,

Ferreiros, jornaleiros e mercadores.


Grandes pedras de granito se erguem,

Do ribeiro até ao velho e antigo castelo.

Donde gravuras esculpidas emergem,

Dando sinais da forja e do martelo.


A seguir ao verdejante ribeiro,

Situa-se o castelo em ruínas.

Onde bem lá no alto, no outeiro,

Se trabalhava o ferro em oficinas.


A palavra cigadonha, vem de cegonha,

De cor preta, linda ave de arribação.

Antigamente nidificando nesta zona,

Hoje para nós, só fica a recordação.


Ps: A Cigadonha é uma zona que pertence à aldeia de Carviçais, concelho de Torre de Moncorvo, nordeste transmontano, onde em tempos remotos havia um castelo e se trabalhava o ferro e onde passava uma via romana importante de acesso ao mesmo.



Almocreve, 18-07-07




16.8.10

Tema: Casamento (poema dedicado aos noivos-Manuela e Bruno)


Para: Manuela e Bruno












“O Grande Dia”

Para nós é um”Grande” dia,
O do “Grande” casamento.
E vai ser um” Grande” evento,
Passado com muita alegria.
Oxalá sejam tolerantes,
Em tudo compreensivos.
Alegres como dantes,
Solidários e amigos.
Muito felizes e amantes,
Neste vosso “Grande” dia.

Almocreve, Abril de 2010

15.8.10

Tema: Conhecimento (o mapa mais antigo de Portugal)

O mapa mais antigo de Portugal



A Biblioteca Nacional adquiriu um exemplar do mais

antigo mapa de Portugal, datado de 1561. Foi impresso

em Veneza, a partir do manuscrito original de Fernando

Álvares Seco cujo paradeiro é desconhecido.



O mapa original foi uma oferta do humanista português

Aquiles Estaço ao cardeal Guido Sforza, em

Agradecimento pelo “seu empenho nos assuntos

Lusitanos”.



A oferta deu-se no reinado de D. Sebastião, quando

o jovem rei nomeou Lourenço Pires de Távora

embaixador junto do Papa em 1559, tendo cabido a

Estaço redigir e ler a oração de obediência do monarca

Ao Papa Pio IV.



O mapa “é a figuração de um Portugal apelidado de

Lusitânia Romana.