Caminhada: quintas de Azeitão
Mais uma espectacular caminhada, por terras de Azeitão. Desta vez tivemos quatro novos elementos, que deram ao grupo uma nova dinâmica, criando mais alegria e boa disposição, nas pessoas da Maria, Adelino, Fernando e Isa.
Foi um percurso circular, com 12 kms aproximadamente e dificuldade baixa. Partimos da igreja de Oleiros, visitámos o Chafariz Real e começámos a subir a encosta em direcção ao Vale do Alambre. Do nosso lado direito vislumbra-se o Cabeço dos Caracóis com algumas ruínas de uma antiga fortaleza que rivalizava com o Castelo de Coina-A-Velha, situado mesmo em frente, ou seja na margem esquerda da ribeira de Coina.
Na descida para o Alambre, aqui e ali vários cursos de água a embelezar a paisagem envolvente, toda ela coberta de pinheiros, carvalhos, medronheiros e sobreiros. Ao chegar ao parque das merendas, tivemos alguma dificuldade em passar a ribeira, porque levava muita água, não fosse a destreza e a imaginação do Fernando em colocar diversas pedras, algumas “cotas” não faziam a travessia da mesma. De seguida, tomámos o nosso lanche, bem retemperador diga-se de passagem, com pão, queijos e chouriços regionais. Desta zona avista-se a serra da Arrábida, com a sua parte mais alta que é o “Alto do Formosinho” onde se encontra o marco geodésico, a Cascalheira e a serra do Risco. No sopé da Arrábida muitos hectares de vinhas onde se produz o famoso e saboroso moscatel, derivado ao micro clima e solo mediterrânicos existentes na área.
Entretanto chegámos ás aldeias altas de Azeitão, Portela, Piedade e S. Pedro. Todas elas pequenas mas muito antigas, com casas dos séculos dezassete, dezoito e dezanove.
Queria aqui destacar a linda e antiga ermida de S. Pedro, não há memória de quem a construiu, mas foi doada por D. Afonso Henriques a Bernardo Mendes em 1184. Construída em pedra e barro, coberta de telha vã, com torre sineira e um alpendre, ao lado a casa do ermitão. Seria aqui na zona mais alta, onde existia o castelo de Coina-A-Velha, hoje propriedade privada (quinta de Bispo). Segundo reza a história, o castelo seria destruído por um ataque muçulmano.
Ao descer para a ribeira reparámos na placa “Porto de Cambas”. Era aqui que existiria o referido porto, dado que na época a ribeira era navegável até Coina. Serviria para transportar o moscatel, vinho e hortaliças, e também a rainha D. Constança esposa de D. Pedro, para a sua quinta em Azeitão. Neste porto fluvial, os romanos edificaram uma cidade “Equabona”, que mais tarde se passou a chamar: ”Coina-A-Velha”. Por aqui passava uma via militar romana, que ligava Lisboa ”Olissipo” até Mérida “Emérita Augusta”, passando por Setúbal ”Cetóbriga”, Alcácer ” Salácia” e Évora” Èbora”. Na zona do Viso em Setúbal, esta via é visível em cerca de 2000 metros encontrando-se ainda em bom estado de conservação.
E assim se acabou o nosso passeio, pensando que sabemos algo mais do nosso país, da sua história e da sua gente.
Verso á Vila de Azeitão
Terra do queijo e do mel
Zona de vinho e de pão.
Do tão famoso moscatel,
Vila Nogueira de Azeitão.
Saudações cordiais
Manuel Teixeira
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