30.12.09

Caminhada de Freixo de Espada-à-Cinta a Mós

Ribeira de Mós

Aproveitando a època natalícia para visitar a minha terra, a família e os meus amigos de infãncia, eu e a minha esposa decidimos sábado a seguir ao Natal fazer uma caminhada Freixo-Mós via quinta da Odreira. Este passeio foi muito interessante e ao mesmo tempo reconfortante, porque deu para aliviar o stress, respirar ar puro e principalmente recordar tempos da minha infãncia. Como é bom voltar ao passado relembrando coisas simples mas muito importantes para mim porque enchem de orgulho o meu ego e me avivam a memória. Rever aqueles montes, aquelas pedras, aqueles caminhos e principalmente a ribeira de Mós onde correm àguas límpidas, mansas e cristalinas onde não existe poluição e mau cheiro. Aqui e ali ouve-se o chilrear dos pássaros, de vez em quando saltam bandos de perdizes à nossa frente e a pêga de rabo azul esvoaça de ramo em ramo com o seu cantar característico.


Começámos o passeio no alto do Carrascal, donde se avista com toda a sua pujança e beleza a Vila de Freixo, conhecida pela Vila mais Manuelina de Portugal. Terra do poeta Guerra Junqueiro e do cronista do tempo dos descobrimentos Jorge Àlvares. Do lado nascente ergue-se com todo o esplendor o cabecinho de Nossa Senhora de Montes Hermos, erguida no seu altar parecendo abençoar todos os freixenos.


O percurso tem uma distãncia de 15 kms com uma duração de 3 hrs, com dificuldade baixa e na recta final com dificuldade média. Do lado nascente surge a serra de Freixo toda ela muito verdinha e ao fundo a nova barragem de abastecimento de água ao concelho. É no sopé desta mesma e vales limítrofes que nasce a ribeira de Mós serpenteando montes, vales e quintas como: a Chapa Cunha, os Vale de Fontes, o Pisão, Quinta de Santiago, Candedo e nesse Douro grandioso vai desaguar.


Ao chegar à Odreira na zona do marco jodézico detectámos várias pegadas de javalis, corsos, coelhos e perdizes. Passámos por várias plantações de amendoeiras e cerejeiras. Ao chegar à zona das casas fiquei muito triste por pensar que nos anos 60 e 70 viviam ali cerca de 50 pessoas e hoje só uma pessoa resta naquele aglomerado de casas. È uma pessoa de idade, veterano de guerra, alcoólico, mas que teima em não sair das suas quatro paredes em estado adiantado de degradação. No caminho que dá acesso á casa estão marcadas no chão pegadas de ferraduras do seu animal moar.


Quando começamos a descer para o Vale de Clérigos deparamo-nos com uma vista assaz deslumbrante. São montes e montes vestidos de estevas, giestas, carrasqueiras, amieiros, salgueiros e choupos. Nas zonas plantadas o que predomina são as amendoeiras, oliveiras, laranjeiras e videiras. Ao longe, no cimo do Vale do Carril já se avista Mós, Carviçais, Martim Tirado, o Cabeço da Mua, a serra do Reboredo e as quintas das Centieiras. Só de pensar que nos anos 60 eu e o meu saudoso Pai conhecido por Manuel Picóto palmilhávamos aqueles montes todos de lés a lés à caça das perdizes, lebres, coelhos e raposas. Para ele aqui fica a minha homenagem, como bom pai que foi. Se não fosse ele, agora não estaria aqui a escrever estas letras.


Entretanto chegámos à ribeira, com o novo pontão inaugurado recentemente. Na minha opinião talvez seja a ribeira mais selvagem de Portugal onde a natureza ainda se encontra intacta. Nesta nidifica ainda a garça preta e cinzenta, o melro de água,o bufo corujão e o milhafre. Nas suas águas podem-se encontrar bogas, barbos, escalos e enguias. Nesta zona também chamada Moinho da Ponte, existia antigamente uma estalagem e uma ponte romana. Começámos a subir a calçada de Mós ou Calçada Romana, segunda reza a história esta também seria um dos caminhos de Santiago.


E chegámos a Mós já à tardinha, o gelo a cair e os fumos a sair das casas pintadas de branco com os seus cheiros gostosos. É um quadro digno de se ver e rever.



Verso dedicado à minha terra natal


Mós minha linda aldeia,
Antiga vila medieval.
A norte fica a Vreia,
E a sul o Carrascal.


Manuel Teixeira

29.12.09

Convívio passagem de ano


Convido os meus amigos e clientes, para o convívio que se vai realizar no "Cafeina" na passagem de ano. Cada um pode trazer o que entender, desde comida, bebida, etc. O objectivo é fazer uma passagem de ano alegre, saudável e económica. Boas Festa para todos, e que o ano que se aproxima, seja igual ou melhor que o anterior.



Manuel Teixeira

22.12.09

Mensagem de Natal



Gostaria de desejar a todos os meus seguidores, família, amigos e clientes, um Natal muito Feliz e um Ano-Novo cheio de actividades. Pela minha parte espero não vos desiludir, bem pelo contrário, tentarei ao máximo incentivar-vos, para que os vossos tempos livres sejam passados o melhor possível. Teremos almoços, convívios, caminhadas, passeios ao interior do país, visitas culturais, etc.
Deixo esta imagem com os Pais Natal mais lindos do mundo...

Obrigado aos Pais dos Gemeos por cederem esta imagem

Apoio á Candidadura da Serra da Arrábida a Património Mundial



Proponho que se criasse aqui no nosso blogue um movimento de apoio: " Arrábida património mundial"Julgo que já há alguns movimentos nesse sentido. Portanto todos juntos faríamos mais pressão, para tentar sensibilizar e chamar à atenção das entidades oficiais para o facto.
Por ser naturalista-ambientalista aqui deixo o repto, consultem o site em anexo;

http://www.unesco.pt/antigo/arrabida.htm



Manuel Teixeira

17.12.09

Caminhada à Mata da Machada Domingo dia 20 de dezembro de 2009

A Mata da Machada é hoje considerada, o pulmão da cidade do Barreiro. Pertencia inicialmente ao convento de nossa senhora da ordem de Cristo, adquirida por um particular em 1834, hoje pertence ao Estado. Tem um centro de educação ambiental, parque de merendas, fontanários, fornos cerâmicos, caminhos pedestres, circuito de manutenção,e circuito de btt, onde se pretende motivar as pessoas para a prática desportiva, recreio e lazer.
Este passeio pedestre tem mais ou menos 8 kms, com dificuldade baixa. O local de encontro é no parque de viaturas, em frente do quartel de Vale de Zebro.
Esta Mata é delimitada a Sul pela vila de Coina e Penalva, a Norte pela freguesia de Santo António. Em relação à flora tem uma grande variedade. Desde o pinheiro bravo, pinheiro manso, acácea, sobreiro, azinheira, medronheiro, trovisco, plátano, carvalho, carvalhiça, entre outras.
Na zona alta do percurso a norte de Coina, deparamo-nos com a quinta do diabo. Nesta mesma, foi edificado em 1910 por Manuel Martins Gomes Junior, (Rei do lixo) o castelo de Coina, exemplar ùnico em Portugal, construído com os mais ricos materiais da època.
O Rei do Lixo nasceu em 1860 em Santo António da Charneca, cedo foi para Lisboa e foi ajudante de merceeiro, conheceu um negociante de carnes e fizeram sociedade. Entretanto foi comprando várias parcelas de terreno, dedicou-se á agricultura e á pecuària. Anos mais tarde o sócio morreu e ficou ele com o negócio. Assegurou também a recolha dos lixos da cidade de Lisboa(na altura só matéria orgãnica), transportando-os para Coina para dar aos seus animais. Comprou cinco barcos a que deu o nome de Mafarrico, Belzebu, Lúcifer, Demónio e Satanás. Era ateu mas protegia os pobres, financiando colectividades, construi a primeira escola da freguesia e fundou a companhia agrícola nacional. Era também figura política de peso, republicano e talvez maçónico. Diz-se que o castelo de Coina foi construído para uma futura sede maçónica, e do alto do mesmo avistava todas as suas propriedas na àrea do Seixal e Coina. Ardeu em 1988 encontrando-se ao abandono.
Os fornos cerâmicos são do ano 1450 a 1530, ou sejam olarias do tempo dos descobrimentos. Estes produziam vários utensilios como: malgas, pratos, candeias, tigelas, copos e talhas. Também para uso industrial como: pesos de rede, telhas, formas de biscoito e formas de pão de açúcar, para serem usadas no complexo de Vale de Zebro.

Domingo é para descansar e curtir,
E também para passear a minha amada.
Mas para onde é que eu hei-de ir?
Vou para linda a Mata da Machada.


Manuel Teixeira

6.12.09

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Serra do Louro

Caminhada á Serra do Louro
Foi agradável e sadio o passeio que domingo, fizémos á serra do Louro. Desde já quero agradecer aos dois novos elementos que nos acompanharam, nas pessoas da Lena e do Domingos, que tão bem se inseriram no espírito do grupo. Daqui lhe envio as minhas mais sinceras saudações. Espero que para a próxima tragam novos amigos.


Começámos a caminhada com a manhã muito cinzenta, todavia, com o passar do tempo o dia ficou mais claro, tornando o passeio mais motivador e apetecível. A paisagem essa era deslumbrante com os campos pintados de verde, aqui e ali brotavam cogumelos embelezados pela frescura da manhã. Quando chegámos à zona conhecida pelo "cai de costas" avistámos a imponente serra de S.Luís, a dominar toda a zona circundante. Ao longe surgia a serra da Arrábida a do Risco e também a serra dos Gaiteiros. No fundo segue o vale dos Barris com uma beleza indescritível. Aqui e ali velhas quintas com as suas casas senhoriais a pintalrar o mesmo de branco. Do lado sul as ladeiras estão cultivadas de oliveiras, amendoeiras e figueiras, já quase tudo ao abandono. No entanto ainda existem muitos hectares de àrea semeada de forragem para os animais.


Do lado norte também existem muitas quintas abandonadas, já perto de Palmela vislumbram-se muitos vinhedos do tão famoso moscatel de Setúbal, mas no essencial são pastagens para o gado ovino, onde se produz o delicioso queijo de Azeitão. Ao subirmos do vale em direção aos moinhos de vento, deparámo-nos com um caminho empedrado muito antigo onde outrora carros de bois e animais de carga transportavam os cereais para serem moídos. Segundo reza a história este caminho seria a rota dos Templários. Nesta zona da serra, proliferam várias espécies de plantas aromáticas, como o louro, o orégão e o tomilho. Este quando se lhe toca, deixa no ar um odõr agradável e inebriante.


Ao longe também se avista o importante castelo de Palmela que, com o seu olhar altaneiro domina toda a zona envolvente. De seguida tivémos a oportunidade de visitar vários castros, alguns da idade do ferro. Entre eles o castro de "Chibanes". Já no fim do percurso fomos conhecer as sepulturas da Quinta do Anjo, usadas durante cerca de mil anos pelos povos da època para sepultar os seus mortos. Nestas sepulturas foram encontrados vários artefactos da altura, hoje encontram-se no museu de arqueologia de Belém. Também dá a sensação de uma certa degradação das mesmas.


Agora também só me resta deixar uma palavra de apreço à Sandra, a nossa repórter fotográfica de serviço que registou na sua máquina momentos inesquecíveis e hilariantes. Também ao Hugo e ao Rafa rapazes muito voluntariozos, sem medo do perigo e do desconhecido sempre com vontade ajudar o próximo e amantes da natureza.
Fico-me por aqui, deixando um verso dedicado à serra do Louro.


No dia seis de dezembro,
Fomos à linda serra do Louro.
Vimos tudo, bem me lembro!
Lá do alto do miradouro.


Manuel Teixeira



27.11.09

Caros

É com grande alegria e uma certa dose de emoção, que damos inicio ao nosso blogger informativo.
Há algum tempo que tinha esta ideia na mente, no entanto foi a minha filha que passou a ideia á prática motivando-me para o fazer. Portanto a partir de agora temos a ferramenta necessária para passar á pratica algumas ideias e acções que eu gostaria de fazer para além da minha actividade profissional. Criámos assim este espaço com o intuito de mostrar as actividades que o Cafeina promove, procurar o convívio e o bom ambiente. O conceito consiste numa simbiose entre a natureza e o participante.
Em qualquer dos eventos propostos, haverá uma agenda para poderem organizar os vossos compromissos com antecedência.
Todas as actividades são grátis, excepção para aquelas que envolve refeição. O meu objectivo é fundir as pessoas com a natureza, criando bem estar e alegria, e não obter um negócio lucrativo.

Como sabem, alguns anos a esta parte eu e a minha esposa gerimos um espaço comercial (Cafeína), onde fizemos amigos e amigas e que ao fim destes anos já os consideramos como família que julgo recíproca.
E é com este espírito que nos norteia a vida, não sendo só trabalho mas também família e lazer. Este é o grande objectivo deste espaço virtual, onde as pessoas podem dar as suas sujestões, informações e também porque não descarregar as suas emoções!

Como dizia o nosso Grande Solnado “Façam o favor de ser felizes”

Manuel Teixeira

24.11.09

Caminhada á Serra do Risco











No passado dia 22 rumamos até á Serra do Risco, com um percurso de 12,8 km e uma dificuldade mediana. Tivemos uma estreia entre os participantes que conseguiu contagiar o grupo com alegria e boa disposição. Devido ás condições climatéricas dos dias anteriores o piso encontrava-se algo escorregadio o que originou algumas quedas deliciosamente cómicas.
A serra do Risco faz parte da cordilheira que se inclui a Arrábida. Esta acaba abruptamente sobre o mar, do alto dos seus 300 metros. É a falésia mais alta da parte continental da Europa. Esta serra é também o exemplo do que teria sido a vegetação original desta área geográfica, o carrascal. No carrascal ou carrigue, a planta mais frequente é o carrasco de folhas brilantes e aceradas.

Numa manhã chuvosa e cinzenta,
Fomos caminhar a serra do Risco.
A terra estava muito lamacenta,
Nela habita a urze e o trevisco.



Manuel Teixeira